NVIDIA e a geopolítica do silício: Como a empresa contornou restrições de exportação para o mercado chinês
Rodrigo Victor
NVIDIA e a geopolítica do silício: Uma jogada digna de rei… ou de xadrez!
Minha querida compulsão por negócios fez meu radar tecnológico detectar uma notícia peculiar. NVIDIA, o colosso dos chips, colocou seu chapéu de criatividade e driblou algumas restrições de exportação. Pegue uma xícara de café e arrume uma cadeira confortável! Vamos desvendar esse enigma juntos.
#1. A estratégia em questão: O nascimento da GeForce RTX 4090D (de “diferente”, talvez!)
A NVIDIA anunciou um modelo menos poderoso da sua amada GeForce RTX 4090, exclusivamente para o mercado chinês, de acordo com The Verge. E, antes que alguém comece a zombar do coitado do RTX 4090D, acredite, mesmo diminuído, ele não é pão-dormido!- ainda dá para fazer um pãozinho de queijo muito bom com ele.
#2. A necessidade de uma versão “light” para a terra do dim sum
Esse novo modelo vem com menos núcleos CUDA e um consumo de energia mais baixo. Mas por que isso? A causa são as restrições de exportação impostas pelos amigos do Tio Sam em chips de computador high-end para China e Rússia. Faz todo sentido, afinal, ninguém quer facilitar a criação de tecnologias de vigilância ou algo do tipo, certo? Estas regras foram anunciadas em 2022 e oficialmente colocadas em prática este ano.
#3. A razão por trás da solução sábia
A NVIDIA precisava encontrar uma solução que agradasse tanto ao seu fiel público chinês quanto aos reguladores dos Estados Unidos. Assim nasceu a RTX 4090D, com a NVIDIA afirmando que este modelo “foi projetado para cumprir plenamente os controles de exportação do governo dos EUA”. Além disso, a empresa ressaltou que “dialogou extensivamente com o governo dos EUA” durante o desenvolvimento do chip – e a gente que pensava que na infância tudo era negociado no pedra, papel e tesoura!
#4. Acesso ao mercado chinês
Anunciada para estar disponível ao longo de janeiro, a RTX 4090D vem com o preço sugerido de ¥12,999 ou cerca de $1,836 USD. Embora esse preço possa parecer salgado, é importante lembrar que as restrições de exportação influenciaram muito a demanda por GPUs poderosas na china. Com isso, o RTX 4090D pode ser uma opção um pouco mais amigável para os bolsos chineses durante essa tempestade de restrições.
Concluindo os “causos” do dia
No final, a NVIDIA conseguiu se esquivar das limitações impostas pelas regulamentações, adaptando as capacidades da RTX 4090 para criar uma nova GPU “nervosa”, mas que ainda assim consegue trazer um resultado impressionante. Lembrando que ainda existem dúvidas sobre como a diminuição da potência afetará a performance do RTX 4090D, mas considerando o histórico da NVIDIA, eles provavelmente deram um jeitinho brasileiro nisso.
De qualquer forma, empresários de pequeno e médio porte, prestem atenção: às vezes, temos que rebolar (ie, se adaptar!) para driblar desafios e regras no mercado. Afinal, onde há uma vontade, há uma maneira – ou GPU.
Espero que tenham curtido o passeio pelo universo da NVIDIA neste artigo – e lembre-se, nem sempre a versão light significa algo ruim. Pensa em uma Coke Zero gelada nesse calor… Dá até uma refrescada no pensamento, não dá? Até o próximo artigo!